Porque esconder as opiniões, pensamentos, duvidas e gostos que temos, se podemos simplesmente posta-los por aí?!
sexta-feira, 14 de março de 2014
A caçada #Parte1
Eu não conseguiria escapar, não havia saída pra onde quer que eu olhasse, mas dai um lampejo brilhou a minha esquerda e eu percebi que era o luar através de uma janela quebrada no porão. Se eu subisse em alguns caixotes que estavam empilhados na parede conseguiria fugir..., mas estava fraca, jazia horas dentro daquele cubículo, e também se eu fizesse muito barulho ele provavelmente ouviria, mas era minha única chace.
Reuni todas as forças que tinha para chegar ate a janela e os caixotes de madeira estavam úmidos e com um odor apodrecido, mas aguentaram o meu peso enquanto eu me arrastava em direção à luz. O ar noturno encheu meus pulmões com um golpe gelado enquanto eu me espremia pela abertura da janela. Saí engatinhando na direção da rua quando de repente ouço a porta do porão abrir, tenho certeza que é ele, já está na hora da minha dose diária daqueles horríveis comprimidos, meu Deus, preciso sair daqui, ele já me viu. Tento me apressar, e chegar cada vez mais próxima ao maravilhoso cheiro de liberdade que emanava daquela janela, mas siinto a mão em forma de garra segurar meu tornozelo com um aperto de aço. Eu tento gritar mais minha garganta está seca e mal produz um ruído. Porém, o medo primitivo somado à vontade de sobrevivência me dá forças que eu nem imaginava ainda ter. Com um chute eu consigo me livrar do aperto mortal e saio cambaleando na direção da rua.
O vento bate nos meus cabelos e o suor escorre pela minha testa. Sentir um pouco daquele frescor noturno me fez sentir como se estivesse um júbilo, um sentimento tão forte que demorei uns minutos até ver o estrago que aquele maníaco fez a minha perna, eu mal conseguia olhar, que dirá colocar o pesa de meu corpo sobre ela. Neste meio tempo, a qual tentava colocar meus pensamentos no lugar ouvi o som dos cães presos no quintal. Os dois dobermans enormes pulavam contra as grades do canil espumando saliva na minha direção.
Cambaleei tropeçando para longe deles, precisava encontrar ajuda, um carro, qualquer coisa, a estrada estava escura e vazia e não havia sinal de nenhuma casa ou habitação ao redor. Corri tropeçando na direção das árvores e quando consegui alcançar o primeiro tronco foi quando eu ouvi...
um som metálico, como se algo estivesse a se mover, apostei um olhar para trás e o vi, estava a retirar a única barreira entre mim e os cachorros, erra questão de tempo até que ele alcançasse o botão que liberasse dez aqueles monstros de suas correntes, eu não conseguia pensar em mais nada, estava... Fodida! Completa e absolutamente fodida! Não tinha como eu correr mais que aqueles cães, nem mesmo se minha perna estivesse boa, a única coisa a fazer era ajoelhar e esperar a morte. Quando a grade metálica se abriu por completo os cães avançaram. Estavam a alguns metros de distância e se aproximavam cada vez mais rápido. Eles alcançaram a borda da estrada e então um estrondo ecoou nos meus ouvidos. Uma cortina de fumaça se espalhou na rodovia e eu ouvi o ganido dos cães. Um braço forte me agarrou e me levantou do chão. Não consegui ver o rosto do desconhecido que me segurava, mas ouvi sua voz de baixo do capuz: "Levante-se rápido, a fumaça não vai durar pra sempre". No momento seguinte eu estava sendo arrastada na direção de uma caminhonete preta oculta entre as árvores. Ele me colocou no banco do carona enquanto entrava e dava a partida. "Aguente firme, você perdeu sangue mas vai ficar tudo bem, fique acordada." Era pedir demais para mim. Por mais que eu tentasse manter os olhos abertos um torpor se espalhou pelo meu corpo e no momento seguinte tudo era escuridão. <a trama se complica cade vez mais> Quem é este homem? Estou tao fraca, ainda não sei o que aquele lunático me dava para ingeriri todos os dias, mas sei que estava mexendo com minhas percepções... Eu não conseguia manter o foco na face do meu... salvador? Depois de tudo que passei seria muita inocência minha ainda achar que existe bondade nas redondezas deste cruel universo. O que ele poderia estar fazendo naquela floresta? Com certeza não tinha ido lá para me salvar... Mas então porque me salvara e o que era aquela fumaça? Minha mente mergulha cada vez mais fundo num estado de coma, os flashes brilham na minha memória. Uma noite agitada numa boate, um estranho que me leva pra sua casa, um porão escuro... Não sei quantas horas passei desacordada, mas o calor contra minha face me faz abrir lentamente os olhos. A luz do sol entra em cheio pela janela aberta. Cortinas brancas sacodem com a brisa. Eu estou deitada numa cama ao lado da janela e a luz incide em cheio no meu rosto. Quando me acostumo com a claridade, noto uma pequena bandeja na mesa de cabeceira com um copo de leite e alguns biscoitos. Minha perna está enfaixada, mas mesmo assim eu mal consigo me mover da cintura para baixo, parece que meu corpo está dormente. Com um esforço enorme eu consigo me sentar e olho em volta, estou num pequeno quarto com uma única janela que parece dar para uma pequena sacada. As paredes cor de tijolo estão meio descascadas e a porta está entreaberta. Ao me virar naquela direção, ouço uma voz vinda do corredor(...) CONTINUA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário